"Acredito que uns dos choques maiores para muitas mulheres
no pós-parto esteja na percepção de que "aquilo tudo"
é maior do que ela pensava. O que está em jogo, porém,
não é somente a questão prática e material, ou seja o
trabalho braçal que um recém-nascido dá. Estar 24 horas
por dia disponível para outra criatura que precisamos
aprender a decifrar é um desafio mas a raíz da
dificuldade está não no esforço mas, acredito eu, em algo
mais profundo que nem sempre vem à tona: a autorização
a ser mãe.
Não vou dizer o que é ser mãe.
Qualquer coisa que isso seja, é algo grande, intenso e
profundo. A questão está em permitir que essa "coisa"
que se chame maternidade penetre e remodele
nossa vida. Se trata de aceitar o que der e vier, dizer
sim à uma nova vida, completamente desconhecida.
O que quer que seje a maternidade para cada mulher,
uma coisa ela precisa fazer, até para descobrir o que
é a maternidade para ela: ela precisa deixar-se levar,
1) Autorizar-se a mergulhar na experiência, porque
somente assim ela poderá vivê-la por inteiro, realizá-la
com sucesso e ser uma mãe responsável e feliz.
2) Autorizar-se a pedir (e até mesmo a exigir) ajuda.
2) Autorizar-se a pedir (e até mesmo a exigir) ajuda.
Uma mulher com recém-nascido precisaria de ajuda
e ela precisa saber que tem o direito de pedi-la.
Tornar-se mãe é mudar o foco e as prioridades.
Há mulheres que não se acham no direito de dedicar
o tempo e as energias necessárias a viver em plenitude
a experiência da maternidade. Há outras que se
sentem eternamente em culpa por "incomodar" os
outros e não conseguem pedir ajuda. Há enfim
aquelas que se sentem cobradas pela sociedade e
sua mentalidade antiga a manter atividades
profissionais como antes do parto. Enfim, há
aquelas mulheres que não se sente à altura de
serem responsáveis pelo filho e acham que não
vão dar conta.
Para todas elas a resposta é a mesma: sem ser
atingida em cheio pela maternidade ela não vai
dar certo de verdade. Não tem como aprender
a nada se segurando na rocha ou mergulhando só
as pontas dos pés na água. Vale a pena se jogar
no mar."
fonte: http://www.humanizacaoesperta.
com/2010/12/autorizar-se-ser-mae.html