A maternidade é um projecto de vida.
Inicia-se com o nascimento do bebé
e pressupõe aprendizagens.
Na sociedade actual, como "Aprender a Ser Mãe"?
De acordo com um estudo* efectuado por Ana Raquel Saraiva Gonçalves**, são indubitáveis os avanços científicos e tecnológicos que se têm vindo a fazer sentir (no domínio da saúde materna), nomeadamente em termos anatómicos, fisiológicos e patológicos , havendo concomitantemente uma preocupação sob o ponto de vista comunitário.
Porém, o alargamento do estudo da maternidade tem-se vindo a verificar não só no campo da saúde como nos mais diversificados domínios científicos como, também, é o caso da História e da Antropologia , da Psicologia e, ainda, da Sociologia.
No quadro da sociedade actual, a maternidade afigura-se como um processo de vida e um investimento experiencial e formativo que em muito se distancia do ser-se mãe há algumas décadas atrás.
Actualmente, as experiências relativas à maternidade são um reflexo vivo das diferentes trajectórias percorridas pelas mães tendo em vista a saúde das suas crianças, devendo esta ser entendida como "essencial à existência" ou como um "modo de estar na vida (…) revelado pelos comportamentos e pelos hábitos de vida" .
Tendo em vista o melhoramento do estado de saúde da população portuguesa, o Plano Nacional de Saúde vigente preconiza medidas específicas centradas em “momentos especiais como o nascer (…)” dado este (entre outros) se constituir como uma excelente oportunidade “para a educação para a saúde, para acções de prevenção, para rastreios de doenças e outras intervenções” (Ministério da Saúde, 2004b, p. 25). Porém, de modo a haver uma implicação nas práticas de educação para a saúde é necessário conhecer‑se a população, isto é, perceber os processos de aprendizagem que estão subjacentes aos comportamentos das pessoas que, no caso concreto desta investigação, são as mães, não se verificando a existência de estudos empíricos específicos neste domínio.
Neste contexto, a aprendizagem surge como a “actividade permanente de desenvolvimento pessoal que mobiliza o indivíduo [isto é, a mãe] ao longo da sua vida” , aparecendo o aprender como um mecanismo de adaptação ao meio e ao próprio projecto pessoal de ser‑se mãe.
Consequentemente, o valor da experiência é enaltecido surgindo, pois, como um “recurso fundamental e um alicerce da Aprendizagem” e da Formação Experiencial.
* "Aprender a ser mãe. Processos de aprendizagem de mães primíparas durante os primeiros dois meses pós‑parto",publicado em sísifo / revista de ciências da educação · n.º 5 · jan/abr 08 issn 1646‑4990
**Enfermeira na Clínica de Santo António/3º Curso de pós‑licenciatura em Enfermagem da especialidade de Saúde Materna e Obstétrica
Sem comentários:
Enviar um comentário