.... ou melhor: quando se aborda o assunto do nascimento de um bebé....
.... perdoem-me o desabafo....
Há já algum tempo que me "perturba" a constatação de que reiteradamente as mulheres temem protagonizar escolhas, sob pena de se sentirem hostilizadas, questionadas, ...
E, as poucas que o fazem (porque efectivamente estão informadas e, talvez por isso mesmo, não prescindem do seu exercício de cidadania responsável e consciente....)
tornam-se "reféns" e "clandestinas", ou então são conotadas como "fundamentalistas"e "protagonistas de posições extremadas" ....
Será que desenvolvi alguma hipersensibilidade ?
Por isso mesmo, e a propósito de partos e nascimentos,
fui navegando na net e encontrei algumas
respostas bastante "bem estruturadas", elucidativas e corajosas
vidas saudáveis durante a gravidez?
vidas saudáveis durante o parto?
como se informa?
como se educa?
como se aprende?
como se é ensinado?
Segundo Germano Couto(1),
A aprendizagem sobre a gravidez e o parto é realizada
muitas vezes de forma incorrecta e empírica, interiorizada
por histórias relatadas de gravidezes e partos complicados,
através, sobretudo, da tradição oral.
muitas vezes de forma incorrecta e empírica, interiorizada
por histórias relatadas de gravidezes e partos complicados,
através, sobretudo, da tradição oral.
Se esta aprendizagem não for realizada de forma progressiva e coerente,
de acordo com o nível de compreensão da adolescente e da mulher,
em locais apropriados, como na escola por exemplo,
acontece que “muitas mulheres chegam à gravidez sem
conhecerem o seu corpo, desconhecendo o que se passa
com elas, o que pode ser gerador de insegurança e
ansiedade” .
em locais apropriados, como na escola por exemplo,
acontece que “muitas mulheres chegam à gravidez sem
conhecerem o seu corpo, desconhecendo o que se passa
com elas, o que pode ser gerador de insegurança e
ansiedade” .
A prevenção do clima de ansiedade e medo
relacionado com a sexualidade e reprodução deve efectuar-se
desde a infância, na escola, através de correcta
informação sexual;
relacionado com a sexualidade e reprodução deve efectuar-se
desde a infância, na escola, através de correcta
informação sexual;
“por outro lado a preparação física e psíquica da mulher grávida contribui decisivamente para eliminar, ou pelos menos, diminuir a expectativa de
ansiedade que povoa toda a mulher grávida.
ansiedade que povoa toda a mulher grávida.
Se for dada à futura mãe a possibilidade de conhecer o funcionamento
do seu corpo, ela encontrar-se-á em situação de colaborar
com a equipe de saúde [...] reduzindo assim grande parte
da tensão corporal e psicológica, do que resulta um parto
mais fácil e menos doloroso”
do seu corpo, ela encontrar-se-á em situação de colaborar
com a equipe de saúde [...] reduzindo assim grande parte
da tensão corporal e psicológica, do que resulta um parto
mais fácil e menos doloroso”
A Preparação para o Parto, enquanto momento de
educação, tem diversas visualizações e compreensões da
sua conceptualização científica.
educação, tem diversas visualizações e compreensões da
sua conceptualização científica.
Todavia, existem definições concretas e aceites pelo mundo científico,
que nos apresentam
a Preparação para o Parto como um
“programa de sessões educacionais para mulheres grávidas
e seus companheiros que encoraja a participação activa no
processo de parto.
“programa de sessões educacionais para mulheres grávidas
e seus companheiros que encoraja a participação activa no
processo de parto.
O parto natural, também conhecido por
parto sem dor ou psicoprofiláctico, implica a aprendizagem
de técnicas de descontracção psicofisiológica no tratamento
das dores do trabalho de parto de forma a poder minimizarse
o uso da anestesia ou da analgesia”
parto sem dor ou psicoprofiláctico, implica a aprendizagem
de técnicas de descontracção psicofisiológica no tratamento
das dores do trabalho de parto de forma a poder minimizarse
o uso da anestesia ou da analgesia”
À noção de Preparação para o Parto pode-se também acrescentar que
“muitas mulheres, especialmente nulíparas, preparam-se
activamente para o parto. Lêem livros, vêem filmes, vão a
aulas de Preparação e falam com outras mulheres (mães,
irmãs, amigas, outras). Procuram o melhor profissional para
aconselhamento, vigilância, e cuidados”
“muitas mulheres, especialmente nulíparas, preparam-se
activamente para o parto. Lêem livros, vêem filmes, vão a
aulas de Preparação e falam com outras mulheres (mães,
irmãs, amigas, outras). Procuram o melhor profissional para
aconselhamento, vigilância, e cuidados”
Esta forma de educação para a saúde baseia-se numa
intervenção profissional em que o enfermeiro “estabelece
um processo pedagógico que fornece à pessoa cuidada, à
família ou a um grupo, informação sobre a doença, a sua
prevenção e o seu tratamento, com vista a levar a pessoa a
tomar consciência das suas capacidades de autonomia e a
responsabilizar-se pela sua evolução para atingir um melhor
estado de saúde”.
intervenção profissional em que o enfermeiro “estabelece
um processo pedagógico que fornece à pessoa cuidada, à
família ou a um grupo, informação sobre a doença, a sua
prevenção e o seu tratamento, com vista a levar a pessoa a
tomar consciência das suas capacidades de autonomia e a
responsabilizar-se pela sua evolução para atingir um melhor
estado de saúde”.
Assim, e incluído no princípio anterior, a grávida,
pessoa objecto de intervenção pedagógica, deve ser
estimulada a conhecer o mundo que a rodeia. Tudo é
novidade, nomeadamente, quando se trata de uma primeira
gravidez.
pessoa objecto de intervenção pedagógica, deve ser
estimulada a conhecer o mundo que a rodeia. Tudo é
novidade, nomeadamente, quando se trata de uma primeira
gravidez.
Este conhecimento e todo o processo de
aprendizagem podem ser feito de duas formas:
aprendizagem podem ser feito de duas formas:
informal e formal.
O processo de aprendizagem informal é, talvez o mais
utilizado pela mulher ao longo do seu crescimento e pela
grávida durante toda a gestação, tal como já foi referido.
utilizado pela mulher ao longo do seu crescimento e pela
grávida durante toda a gestação, tal como já foi referido.
Tal processo empírico recorre, basicamente, ao senso comum
ou seja, através de canais científicos e não
científicos e de expansão generalizada.
ou seja, através de canais científicos e não
científicos e de expansão generalizada.
São exemplo disso,
as leituras de livros e revistas, as conversas com outras
mulheres e grávidas, a visualização de documentários e
debates, as tradições oral e escrita. É a chamada educação
de “nível macro” .
as leituras de livros e revistas, as conversas com outras
mulheres e grávidas, a visualização de documentários e
debates, as tradições oral e escrita. É a chamada educação
de “nível macro” .
De maneira alguma esta forma de
transmissão de conhecimento deve ser excluída, banalizada
ou refutada, desde que correctamente transmitida.
transmissão de conhecimento deve ser excluída, banalizada
ou refutada, desde que correctamente transmitida.
O processo formal, ou seja, aquele que recorre a
profissionais confiáveis, quer do ponto de vista científico
quer relacional, é chamado de “nível micro”, ou seja,
“acontece na comunidade de diversas formas, através de
líderes da comunidade, profissionais de saúde” .
profissionais confiáveis, quer do ponto de vista científico
quer relacional, é chamado de “nível micro”, ou seja,
“acontece na comunidade de diversas formas, através de
líderes da comunidade, profissionais de saúde” .
Este é talvez o menos utilizado, por diversas razões.
Primeiro porque a mulher apenas a ele recorre quando a situação a
impele, neste caso, a gravidez.
impele, neste caso, a gravidez.
Por outro lado, porque os próprios profissionais de saúde esquecem-se das
necessidades efectivas de aprendizagem da mulher e da
grávida sobre educação para a saúde. Esta perspectiva está
bem patente no estudo de Couto, em que o autor conclui
que as grávidas estudadas, referiram que “a informação
que lhes é dada é quase nada, quer durante o atendimento
de enfermagem quer durante a consulta médica” .
necessidades efectivas de aprendizagem da mulher e da
grávida sobre educação para a saúde. Esta perspectiva está
bem patente no estudo de Couto, em que o autor conclui
que as grávidas estudadas, referiram que “a informação
que lhes é dada é quase nada, quer durante o atendimento
de enfermagem quer durante a consulta médica” .
Em países tão distintos culturalmente como o são o
Zimbabwe e a Suécia, a necessidade de educação para a
saúde durante a gravidez é um dos maiores objectivos dos
bons cuidados de assistência pré-natal. “Na maioria dos
países a educação para a saúde sobre gravidez é
providenciada formalmente pelos profissionais de saúde,
material educacional e pela comunicação social. Mais,
muitas mulheres obtêm informação informal sobre gravidez
através de contactos com outras mulheres e familiares” .
Zimbabwe e a Suécia, a necessidade de educação para a
saúde durante a gravidez é um dos maiores objectivos dos
bons cuidados de assistência pré-natal. “Na maioria dos
países a educação para a saúde sobre gravidez é
providenciada formalmente pelos profissionais de saúde,
material educacional e pela comunicação social. Mais,
muitas mulheres obtêm informação informal sobre gravidez
através de contactos com outras mulheres e familiares” .
O grau de educação académica restringe o uso adequado
das fontes formais de educação para a saúde tornando-as
inadequadas e completamente inaplicáveis ao seu contexto
de vida. Além deste factor de restrição educacional derivada
pela baixa instrução, existem outros factores estudados que
se acoplam e tornam o trabalho de parto mais complicado.
das fontes formais de educação para a saúde tornando-as
inadequadas e completamente inaplicáveis ao seu contexto
de vida. Além deste factor de restrição educacional derivada
pela baixa instrução, existem outros factores estudados que
se acoplam e tornam o trabalho de parto mais complicado.
fonte: (1) Revista de Ciências da Saúde de Macau December 2006, Vol 6, No.4
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