Todos sabemos que um bebé não pode existir sozinho:
ele é parte integrante e essencial de uma relação.
Esta dupla mãe-filho (ou tríade pai-mãe-filho)
tem que ser encarada como uma só unidade,
a qual requer uma abordagem transdisciplinar.
Se nos dispomos a falar do Bebé NO SEU DIREITO DE SER,
chegamos à conclusão
que temos de falar do bebé e de mais alguém;
não é lógico por isso falar de um só indivíduo.
Vários autores consubstanciam esta perspectiva
(Brazelton, Cramer, Winnicott, Sander,...).
Por isso, todos os que se ocupam de bebés saudáveis e em risco, podem beneficiar do conhecimento das emoções e fantasias dos pais.
Para os futuros pais,
3 bebés comparecem
na altura do nascimento:
1. O filho imaginário, dos seus sonhos;
2. O feto invisível, mas real, cujos ritmos específicos e personalidade se foram
evidenciando cada vez mais ao longo de vários meses da gravidez;
3. estes 2 aparecem ao lado do verdadeiro bebé recém-nascido, que eles
podem ver, ouvir e acariciar.
Assim, a vinculação ao bebé acabado de nascer
alicerça-se em relações anteriores
com o filho imaginário e com o feto em desenvolvimento,
que fizeram parte
integrante do universo dos pais
durante 9 meses.
Estas cerca de 40 semanas de gravidez
dão aos pais a oportunidade
de se prepararem
em termos físicos e também psicológicos.
Em verdade, todos os pais esperam
ser capazes de proteger a nova criança
das suas próprias sensações de inadaptação e ou dos "fracassos"
nas suas próprias vidas.
Com este desejo mágico
de ultrapassarem as suas incapacidades,
os futuros pais consideram-se
educadores perfeitos, positivos,
prontos a educarem
o filho perfeito.
Mas este sentimento de quase omnipotência,
vem ensombrado de múltiplos receios,
a realidade da vivência da gravidez,
e a vivência do parto em meio hospitalar.
Sabemos que
apesar desta fantasia mágica do bebé perfeito,
todas as mulheres admitem a possibilidade
de ter um filho deficiente,
e que o parto possa correr mal.
Provavelmente, o acesso a uma vigilância da gravidez
com o recurso a ecografia fetal,
ajuda a diminuir esta possibilidade,
mas não a elimina totalmente.
Sabemos também
o quão importante é o confronto com o bebé real,
e a influência determinante
que pode ter o trabalho de parto em meio hospitalar
na promoção da vinculação.
.... brevemente, continuaremos este assunto ....
Até lá, pensem no seguinte:
- Como IMAGINO o nascimento do meu bebé?
- O que GOSTARIA que acontecesse?
- Como o posso CONVIDAR A VIR para o meu colo?
- Como me posso PREPARAR?
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